EVASÕES.PT | 16 DE ABRIL DE 2018

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7 vinhos da região do Douro e Dão que vale a pena conhecer

Render a mais do que justa homenagem ao tempo dos pomares murados do Douro, para proteger hortofrutícolas, revisitar as castas durienses de outrora e celebrar a excelência e modernidade de um certo Dão. A mostrar que património é sobretudo futuro.

Segundo a definição estrita de terroir, o termo utiliza-se para designar a combinação de solo e clima de determinado lugar. Tratando-se de uma vinha, junta-se as castas aí plantadas e julga-se a adequação e bondade da relação com o terroir. Hoje, contudo, aceita-se o homem como parte do terroir, afinal é pela sua mão e cuidados que, campanha após campanha, saem as uvas e os vinhos do que com carinho foi medrando e amadurecendo.

É na intenção, cultura e capacidade do homem que estão a diferença e o lado patrimonial da vinha.Impressionante a tenacidade de Luísa Amorim quando arregaçou as mangas e decidiu restaurar os três pomares que ponteiam a vinha da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. Fortificados com muros de xisto, cancela e muitas vezes com guarda à porta, o Douro tem-nos desde sempre, mas poucos duraram como tal até aos nossos dias. África, Laranjeiras e Marco Pombalino, assim se chamam os pomares, e na nova imagem do vinho com o mesmo nome, decidiu-se diagramar um a um.

É legado dos antigos o conjunto de castas presente nas vinhas velhas do Douro, brancas e tintas, e a super-enóloga Rita Marques, dos Vinhos Conceito, juntamente com Luís Antunes e Manuel Sapage, dedicou-lhes a nova marca Ontem, dois vinhos de truz que falam e nos contam a história ao provar.

E das mãos de um dos grandes enólogos portugueses, Osvaldo Amado, surgem agora o branco e o tinto da marca de topo Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador, no Dão, de talante histórico e cósmico. Um conjunto de vinhos para chegar, como os antigos, ao peito antes de levar à boca. Homenagem mais do que justa. Boas provas!

VINHA DO CONTADOR GRANDE JÚRI DOC DÃO TINTO 2011 | GLOBAL WINES
Passou pelo crivo de críticos internacionais vindos dos quatro cantos do mundo, por se tratar de uma colheita considerada excecional. O designativo Grande Júri irá repetir-se na próxima colheita do mesmo nível. Vinho de grande complexidade, para guardar por vários anos.

Classificação: 18,5/20

EVASÕES.PT | 16 de Abril de 2018 | Fernando Melo